VENCEDORES DA 4ª EDIÇÃO DO CONCURSO CONTOS DO RIO- CERIMÓNIA DE ENTREGA DOS PRÉMIOS
10-11-2020
Adiada por duas vezes, devido à pandemia de COVID 19, no dia 30 de outubro, teve lugar a cerimónia de entrega dos prémios aos vencedores da 4ª edição do concurso literário Contos do Rio, este ano difundida através do canal YOUTUBE de FOMENTO. As dificuldades aguçam o engenho, pelo que não poderíamos deixar de cumprir a missão a que nos propusemos: premiar aqueles que abraçam com garra a aventura da escrita.
Nesta 4ª edição, o tema escolhido, sempre de acordo com a vida do Mira Rio, foi Navegar. E, mais uma vez, os Contos do Rio foram muito bem recebidos pelas escolas de todo o país, do Algarve a Bragança, passando pela Madeira e até por Macau, Luanda, Moçambique e S. Tomé e Príncipe
Os dezoito jovens vencedores, do 1º Ciclo ao Secundário, que se destacaram entre os 543 participantes (autores dos 419 textos a concurso, tendo sido alguns escritos em grupo), foram felicitados pelo Presidente do Júri, o Dr. Alexandre Dias Pinto, pela Direção do Colégio Mira Rio e pela coordenadora da Comissão dos Contos do Rio.
Agradecemos muito ao Dr. Alexandre Dias Pinto a amabilidade de nos ter facultado um resumo da conferência interessantíssima que proferiu, intitulada “A escrita e a Vida”:
“Na minha intervenção na cerimónia de entrega dos prémios do concurso literário Contos do Rio, refleti sobre três eixos da importância da escrita nas nossas vidas. Procurei também demonstrar de que forma a escrita tem sido importante para nós nestes assombrosos tempos de pandemia.
Em primeiro lugar, a escrita teve (e tem) uma importância única na nossa vida pessoal. Desde, pelo menos, a nossa adolescência, escrevemos diários, poemas, cartas e outros tipos de textos para exprimir os nossos sentimentos e as nossas reflexões. Na verdade, a escrita é um meio de expressão que nos permite, com tempo e ponderação, compreendermo-nos melhor e darmos ordem e sentido ao nosso mundo interior e ao nosso papel no mundo dos homens. Por isso, foi tão importante para muitos, em tempos de pandemia, escrever diários, blogues e até breves mensagens noutras redes sociais. A escrita foi um ato terapêutico, que nos permitiu preservar a nossa lucidez e a esperança numa época tão adversa.
Por outro lado, o código verbal escrito chegou até hoje como meio de comunicação entre os homens. Como um potentíssimo disco rígido, foi a escrita que preservou todas as memórias e todos os feitos da humanidade. Numa outra funcionalidade, trata-se de uma forma única de chegarmos aos outros e de com eles estabelecermos pontes e entendimentos. É a escrita que nos permite levar as nossas ideias mais longe e a mais gente, é ela que nos permite levar mais longe a paz, o progresso e os valores humanos. Em tempos de pandemia e de confinamento, as palavras mantiveram-nos ligados ao mundo e aos outros.
Num último eixo, devemos ter em conta a importância que tem nas nossas vidas a escrita literária e da sua irmã gémea, a leitura. Quando lemos uma obra literária, (re)escrevemos interiormente o texto com nossa interpretação. A escrita literária é a expressão ímpar das ideias e dos sentimentos; por isso as apreendemos e as integramos em nós. As palavras que usamos ou as que aprendemos dos textos literários contribuem para construirmos a nossa identidade e o modo como vemos a realidade. E acabam por ser um mapa das nossas vivências, de quem somos e do modo como entendemos o mundo.”
Para o ano cá estaremos a celebrar os vencedores da 5ª edição do nosso concurso, cujo tema é a SAUDADE.
A Comissão dos Contos do Rio dirige um agradecimento especial ao El Corte Inglês, que desde a 1ª edição tem sido Mecenas deste concurso.